Numa noite calma,
De luar tristonho,
O orvalho cai,
Como uma chuva de sonho.
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A figura de manto e foice
foi-se
e levou me consigo.
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Divagações Obscuras
Quanto mais fico no escuro,
mais ele faz parte do meu ser;
a luz não penetra em mim
quando chega o amanhecer.
A leve textura da noite
me cai como manto,
governo o nada, que escorre pelos cantos.
Porque, na falta de ver,
encontro a verdadeira visão
e a noite se torna testemunha da minha benção.
No escuro, confabulo e divago
e começo à entender que o nada
é apenas espaço vago
para encher-se de verdade.
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Transborda nos Olhos
Entre a tristeza e o espanto,
faz-se o pranto
que afaga o rosto,
e afoga o encanto
nas dobras e cantos
dos porquês e portantos.
E a lágrima,
doce mensageira da humanidade,
mostra a oculta verdade,
presente no coração,
lar de sentimento e emoção.
A dor infiltra-se nas brechas
que o tempo não fecha.
E o coração fragmenta-se
enquanto a tristeza
transborda nos olhos.
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