domingo, 15 de dezembro de 2013

Porque Generalizamos e os Rótulos que Criamos

Seis bilhões de indivíduos. Seis bilhões de almas sobre a crosta terrestre. De variados nomes, raças e crenças.Consegue imaginar? Seis milhões de vidas. Separadas, mas conjuntas.
Por isso, generalizamos. É um instinto humano separa-se em grupos. E, mais humano ainda, é julgar.
Não é fácil conviver com tantos tipos de pessoas, então as agrupamos, fazemos imagens mentais delas e as guardamos na mente.

O problema é que, como um antigo filme, a imagem se deteriora com o tempo.

E dessa deterioração, surgem os estereótipos. Rótulos que cobrem as imagens. Muçulmano? Terrorista! Padre? Pedófilo! Pastor? Estelionatário! E todas as outras semi-mentiras e meias-verdades que a mídia prega. Generalizamos. Temos pré-conceitos muito enraizados e julgamos o mundo com as leis dele próprio.
Agarramos todas as nossas imagens, com os seus rótulos, e criamos para nós uma armadura, para que ninguém possa ver nossos pecados, nossas culpas e convicções. Julgamos, temendo um julgamento recíproco, honesto.

Assim, adultos, cuidadosamente escondidos em suas armaduras, tomam das mãos das crianças a câmera e lhes devolvem as imagens tiradas do seu ponto de vista limitado. A câmera com a qual capturamos as imagens que usaremos pela vida inteira.
Porque, além de "proteger", a armadura também limita a visão. Mostra apenas as verdades convenientes. É o cabresto auto-imposto, a venda seletiva, cheia de furos.
Por isso e mais, proponho que queimemos nossas imagens parciais. Todas elas. E que seus rótulos vão com elas.

Tirariamos então, de uma gaveta escura e cheia de pó a nossa câmera (que na realidade, nunca manejamos) e abramos a porta para um novo mundo, desrotulado, desajeitado. Feliz.
Quem sabe algum dia nos escontramos por aí e tiramos uma foto juntos. Talvez um céu azul?

Sem nenhum rótulo. Apenas liberdade.

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